quarta-feira, 6 de abril de 2016

Sinais de autismo podem ser detectados por contato visual

olhos de uma criança


Pessoas persuasivas e boas oradoras sabem que olhar nos olhos é uma importante estratégia de comunicação. Manter contato visual facilita a compreensão do que o outro fala, passa a impressão de que se está atento, seguro e é uma arma de convencimento bastante eficaz. Cientes disso, pesquisadores da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, analisaram o olhar de crianças com, e sem, autismo, para reconhecer sinais do transtorno.
Os cientistas conversaram por Skype com 37 crianças entre 6 e 12 anos - 18 delas autistas. Eles utilizaram um detector de movimentação do olhar chamado Mirametrix S2 que identifica a localização das posições oculares através de luzes infravermelhas. A conversa começou com temas práticos, como gostos e rotina. Em seguida, para testar se outros assuntos mudavam a direção do olhar, o papo evoluiu para aspectos emocionais, como o que deixa a criança feliz, assustada ou triste.
Na primeira parte do experimento, as crianças responderam olhando nos olhos do entrevistador. Mas quando precisaram contar como se sentiam, os autistas focaram na boca de quem estava falando e não mais no olhar. A autora do estudo, Tiffany Hutchins, afirma que as conversas emocionais demandam mais das funções cognitivas. Por isso, quando perguntadas sobre medos, os autistas, já sobrecarregados, fugiram com o olhar para um ponto mais neutro, com menos informações para processar que a região dos olhos.
Olhos nos olhos, quero ver o que você diz
As crianças autistas dão muita importância ao que se fala. Com a mudança de foco ocular, elas perdem a chance de entender os significados das expressões faciais e não captam informações subjetivas relevantes transmitidas pelo olhar.
A equipe responsável pela pesquisa espera que essas descobertas alterem a forma como os terapeutas tratam estudantes autistas. "Alguns programas de desenvolvimento de habilidades sociais sugerem que as crianças mantenham contato visual durante a interação, mas essa prática pode ser contraproducente e deixá-las nervosas, dispersas e ansiosas", afirma Hutchins.

Fonte:
http://super.abril.com.br/ciencia

Rata infértil consegue dar à luz, graças a ovário feito em impressora 3D

Ratinha


Infertilidade feminina é uma questão que atinge milhões de mulheres ao redor do mundo. Para tentar combater esse problema, cientistas da Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, olharam para a tecnologia das impressoras 3D. O resultado é um bom sinal para a medicina nos próximos anos: uma prótese de útero, impressa do zero, possibilitou que ratas inférteis pudessem ter filhotes saudáveis.
A ideia foi construir uma espécie de andaime. Os pesquisadores produziram uma estrutura de gelatina com diversos pontos de apoio para que as células pudessem se escorar. A armação, então, era forrada com folículos ovarianos (unidades esféricas que possuem o óvulo em seu estado mais imaturo, cercado por células hormonais que possibilitam seu desenvolvimento). Depois disso, implantavam a estrutura nas cobaias. De acordo com o estudo, as próteses conseguiram criar ligações com os vasos sanguíneos que as cercam; e as cobaias - que antes haviam tido seus úteros removidos - tiveram seus círculos hormonais restaurados, voltaram a ovular, e foram capazes de dar à luz. 
Para funcionar, a prótese precisava de uma consistência muito precisa. A estrutura não podia ser muito rígida, já que os óvulos teriam que ter liberdade espacial para se desenvolver na área, mas também não funcionaria se fosse mole demais, já que o novo útero teria que ficar intacto após a cirurgia.
 A ideia é que o procedimento um dia tenha seu paralelo na medicina humana, auxiliando mulheres que nasceram com deficiência em seus ovários, ou que acabaram desenvolvendo algum tipo de problema durante a vida. "Uma das principais preocupações por parte de pacientes diagnosticados com câncer, é como o tratamento pode afetar na sua fertilidade e saúde hormonal", diz, Monica M. Laronda, responsável pelo projeto. "Estamos desenvolvendo novos modos de restaurar a qualidade de vida dessas mulheres, ao projetar biopróteses", afirma. 

Fonte:
http://super.abril.com.br/ciencia

H1N1: crianças estão entre os maiores transmissores e as principais vítimas do vírus

Menina deitada com gripe

É entre os meses de maio e agosto que os vírus influenza - os causadores da gripe - costumam circular no país. Mas em 2016, um subtipo dessa família começou a causar estragos mais cedo: o H1N1. No fim de fevereiro, a região Sudeste, em especial o estado de São Paulo, já apresentava casos. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, até o dia 29 de março, foram notificados 372 episódios da infecção por esse vírus e 55 óbitos relacionados a ele no território paulista.
O motivo para a antecipação do surto ainda não está claro. Mesmo assim, é preciso se preocupar - especialmente quando se trata dos pequenos. Eles estão entre os principais alvos para propagar e sofrer as graves consequências do H1N1 e de outros subtipos da influenza. "As crianças fazem uma carga viral maior, então elas transmitem o vírus por mais tempo", revela o infectologista e pediatra Marco Aurélio Sáfadi, do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo. Além disso, os baixinhos são mais suscetíveis às complicações de um quadro de gripe - principalmente aqueles menores de 2 anos de idade. Segundo Gustavo Johanson, infectologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o sistema imunológico das crianças ainda não consegue ter uma resposta rápida à infecção.
A seguir, entenda como age o H1N1, os riscos que ele oferece e como proteger você e o seu filhote contra ele.

O perigo do vírus

O H1N1 é resultado da combinação de segmentos genéticos dos vírus das gripes aviária, suína e humana. Ele começou a circular no Brasil em 2009, quando houve a pandemia. De lá para cá, vem fazendo vítimas a cada ano. "Ele não é mais forte do que as outras cepas. O que acontece é que grande parte da população ainda não tem imunidade contra esse vírus", analisa Johanson.
A disseminação de uma pessoa para a outra se dá, principalmente, a partir de secreções respiratórias emitidas por meio de tosse ou espirro. Objetos contaminados também são focos de transmissão. No corpo, o H1N1 ataca o sistema respiratório, assim como outros vírus influenza. Os sintomas mais comuns são febre, dor de garganta, tosse, espirro, dores no corpo, fadiga, dor muscular e sintomas gastrointestinais, como enjoo e diarreia.
Tratamento
A gripe é uma das poucas infecções virais que conta com uma medicação: é o oseltamivir, comercialmente conhecido como Tamiflu. "Ele ajuda principalmente quando introduzido nas primeiras 48 horas dos sintomas", avisa Sáfadi. O medicamento é indicado para crianças a partir de 1 ano de idade e só deve ser usado com a orientação de um médico.
Na maior parte das vezes, no entanto, os quadros de gripe se curam sem o auxílio de remédios - até mesmo os causados pelo H1N1. "É raro que evoluam para internação ou mesmo óbito", diz Marco Aurélio Sáfadi, que também é professor na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. As recomendações são manter uma boa hidratação, comer bem, repousar e evitar o consumo de drogas à base de ácido acetilsalicílico. De acordo com o infectopediatra, elas podem desencadear a síndrome de Reye, que provoca inflamação do cérebro e do fígado, gerando dificuldades respiratórias. Embora seja raro, o problema pode levar à morte.
A importância da vacina
A imunização é a melhor arma contra a gripe. Em 2016, a campanha de vacinação do Ministério da Saúde começa no dia 30 de abril e vai até 20 de maio. O imunizante que será ofertado protege contra o H1N1 e as novas cepas dos vírus H3N2 e influenza B, todos da mesma família. Fazem parte do grupo prioritário crianças com idades entre 6 meses e 5 anos, idosos, profissionais de saúde, povos indígenas, pessoas com doenças crônicas ou que comprometem a imunidade e gestantes. Estas últimas, aliás, são um grupo importantíssimo. "A resposta imunológica do organismo da grávida é diferente. Ela tem riscos que outros não têm", destaca a médica Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
A rede pública disponibiliza a vacina trivalente, que protege contra os três principais tipos da doença; nas clínicas particulares é possível encontrar a tetravalente, que abrange mais uma versão do influenza B. "Mas ambas têm o mesmo formato e são igualmente seguras e eficazes", garante Isabella. As duas são recomendadas para crianças a partir de 6 meses.
Doses
O esquema de doses da vacina permanece o mesmo: uma vez ao ano para pessoas com mais de 9 anos de idade. Pacientes menores que isso recebem duas doses na primeira vez que tomam a medicação (com um mês de intervalo entre cada uma) e, no ano seguinte, apenas uma. "Isso é necessário porque, em geral, as crianças respondem pior ao imunizante", explica a presidente da SBIm. Nos pequenos que ainda não completaram 2 anos é aplicada apenas metade da dose.
Vacinação fora de época em SP
Com a chegada adiantada do surto de H1N1, o governo de São Paulo decidiu oferecer, a partir desta segunda-feira (4), a mesma vacina dada em 2015. Como o H1N1 não mudou de lá para cá, é possível repetir o imunizante. Nesta semana, o foco serão os profissionais de saúde. A partir do dia 11, a vacinação será ampliada para os demais grupos de risco.
Vale ressaltar, contudo, que mesmo quem tomar essa vacina também precisa ir ao posto de saúde quando começar a campanha nacional, no dia 30. É que essas pessoas não estarão protegidas contra as novas versões do H3N2 e do influenza B. E fiquem tranquilas, mamães e gravidinhas: "A vacina é segura, não há risco em tomar duas vezes", assegura Isabella Ballalai.

Outras medidas preventivas

Nem de longe elas são tão eficazes quanto a vacina, mas algumas atitudes são importantes para impedir a transmissão do vírus da gripe - ainda mais quando se fala em crianças. "Elas convivem muito entre elas na escolinha, não lavam as mãos como os adultos, espirram e não limpam o nariz...", exemplifica Marco Aurélio Sáfadi.
Por isso, se o seu filhote já for capaz de absorver esse tipo de orientação, ensine a ele a forma correta de higienizar as mãos, a evitar compartilhar objetos (como garfos e copos) e a proteger a boca quando tossir - aliás, a forma correta de fazer isso, segundo os especialistas, é com o braço e não com a mão. Passar longe de aglomerações e evitar o contato com pessoas que estão infectadas também são boas pedidas. 


Fonte:
http://mdemulher.abril.com.br/saude