segunda-feira, 4 de abril de 2016

Fazer uma nova vacina é muito (mas muito) difícil

Desenvolver uma nova vacina é muito (mas muito!) difícil


Quais são os principais passos do desenvolvimento de uma vacina?

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Em geral, é um caminho longo e complicado que leva muito tempo. São de dez a 15 anos para desenvolver uma nova solução para uma doença infecciosa. É preciso primeiro saber a causa da doença, estudar a fundo o vírus ou a bactéria, entender a reação do organismo... Quando temos todas essas informações, começamos a trabalhar na vacina em si. Isso vai tomar mais alguns anos até chegar aos ensaios clínicos. Nessas últimas etapas, precisamos ter contato direto com as agências regulatórias para conduzir os estudos finais e obter, depois, a liberação do produto. 

Quais são os principais desafios em desenvolver uma vacina hoje em dia?

Quando você testa algo novo, precisa começar a propor ideias de vacina. Algumas passam por todas as etapas iniciais de maneira surpreendente. Porém, conforme chegamos aos ensaios clínicos, o resultado não é aquele que imaginamos. Muito dinheiro e tempo é gasto para, no final, não dar nada certo. Nosso principal desafio está em escolher e apostar nos candidatos certos logo no início do processo. 
Imagino que deve ser um desapontamento grande quando uma vacina promissora não demonstra os resultados nos estudos finais...
Sim, bastante. Mas isso é verdade também para a pesquisa de novos medicamentos. Muitas drogas são estudadas para doenças importantes, em que estamos desesperados para encontrar melhores tratamentos. A verdade é que muita coisa que funciona bem na bancada do laboratório, mas não repete o mesmo sucesso no mundo real. É realmente um processo sempre muito difícil. 
Nos últimos anos, tivemos grandes epidemias de dengue, zika, ebola, MERS... E o processo de desenvolver vacinas para essas doenças leva um tempo considerável. A pesquisa nessa área está mais lenta do que as necessidades do mundo real?
Existem algumas doenças que conhecemos há décadas. É o caso do zika. Porém, ela nunca foi uma grande epidemia e sempre esteve restrita a um número pequeno de casos. Nós até temos algumas informações sobre esse vírus, mas não sabemos tudo sobre ele porque nunca houve a necessidade de desenvolver uma vacina. Daí, quando ocorre uma explosão de casos, a necessidade surge. O problema é que leva um tempo para nós conseguirmos desenvolver um imunizante eficiente. Claro que todos querem uma vacina o mais rápido possível. Porém, precisamos passar por todas as etapas de pesquisa e testar em voluntários antes de fabricá-las em larga escala. E não estamos falando de apenas uma pesquisa, mas de três ou quatro trabalhos científicos grandes. Em primeiro lugar, precisamos nos certificar que a vacina é segura. Depois, estabelecer a dosagem, a periodicidade e o esquema de uso. E mesmo com a vacina liberada, temos a obrigação de acompanhar os pacientes por alguns anos. Por mais que o zika esteja crescendo, infelizmente vai demorar antes de termos uma vacina. 
Falando sobre zika e ebola, a ciência conhece essas doenças há anos. Mas porque, de uma hora para outra, o número de casos explodiu?
Cada caso é único. Algumas vezes isso ocorre porque o vírus ou a bactéria sofre mutações e fica mais poderoso. O zika está por aí há algumas décadas e possivelmente passou por mudanças recente na sua estrutura que causaram esse aumento de casos. 

Por que algumas vacinas são injetáveis e outras são orais?

A maioria das vacinas utilizadas hoje em dia é injetável. As que são tomadas por gotas são aquelas em que a infecção ocorre pelo sistema digestivo. É o que acontece, por exemplo, com a vacina para o rotavírus. A forma de pegar essa doença é pela contaminação de água ou comida. O imunizante vai, então, estimular a imunidade nesses locais. A vacina da poliomielite também já foi utilizada via oral, mas atualmente ela é injetável. Na maioria das vezes, o método de aplicação da vacina é decidido pelos cientistas que realizam a pesquisa. 
Nos Estados Unidos e na Europa, houve uma grande polêmica envolvendo a vacinação e autismo. Essa história impactou de alguma maneira a saúde das pessoas?
Isso começou quando o médico inglês Andrew Wakefield publicou uma pesquisa com poucas crianças em que ele diz que a vacinação poderia levar a casos de autismo. Algum tempo depois, o artigo foi retirado e sua licença médica foi cassada. Mas infelizmente a história caiu na mídia e tivemos um efeito negativo. Há grupos de pais que não querem vacinar seus filhos. Isso levou a epidemias de sarampo, doença que já estava controlada. O problema maior foi mesmo na Inglaterra. As taxas de vacinação caíram bastante por lá, o que afetou muita gente. Essa história é triste, porque se baseia em uma informação completamente falsa. Até hoje tentamos conversar e conscientizar mães e pais. Mas ainda existem grupos que se recusam a levar seus filhos para a vacinação.

Por que é fundamental imunizar um grande número de pessoas?

Nós chamamos isso de imunidade de grupo. Em alguns casos, é muito importante vacinar mais de 90% ou 95% da população. Ao vacinar uma criança, você não está apenas protegendo o seu filho, mas todas os pequenos da vizinhança e da escola que não puderam se vacinar. Isso diminui e previne doenças. Quanto mais pessoas da comunidade se imunizarem, mais protegidas estarão as pessoas.


Fonte:
http://mdemulher.abril.com.br/saude

Quais são os principais sintomas da gripe H1N1

sintomas de h1n1

O surto de H1N1 chegou mais cedo este ano. Esperado para maio, junho e julho, os números registrados até agora já superam os de 2015.

Afinal, o que é H1N1?

Trata-se de um subtipo do ​​vírus influenza A e é resultado da combinação de segmentos genéticos do vírus da gripe aviária, do vírus da gripe suína e do vírus humano da gripe. Segundo a Doutora em Medicina pela USP, Denise Lellis, "o contágio se dá pelo contato com microgotículas de se secreções respiratórias, partículas de saliva, tosse ou espirro de pessoas contaminadas". De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), também é possível a transmissão pelo contato com superfícies contaminadas - como objetos de uso pessoal, louças, talheres etc.
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Quais são os sintomas de H1N1?

Os sintomas são semelhantes aos da gripe comum, mas com alguns detalhes específicos. Nota-se também febre repentina e alta (acima de 38°C), dor de garganta, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações, coriza e falta de apetite. Sintomas respiratórios, como tosse, também são percebidos. Dependendo do caso, o paciente pode ter ainda diarreia e vômitos. 
Durante o socorro, é recomendado que os pacientes que apresentarem tais sintomas recebam máscara cirúrgica para evitar a transmissão do vírus. Pede-se também que a proteção do nariz e da boca durante tosses e espirros seja feita com o antebraço - e não com as mãos, como é de costume.
Os adultos podem transmitir a doença por um período de sete dias após o aparecimento dos sintomas. Nas crianças contaminadas, este período vai de dois dias antes até 14 dias após aparecerem os sintomas.

As vacinas

"A vacina trivalente compreende duas cepas do vírus Influenza A e uma cepa do vírus Influenza B. A tetravalente contempla duas cepas de Influenza A e duas de Influenza B. A cepa para H1N1 está presente nas duas vacinas", segundo informa a cartilha elaborada pelo Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
A imunização pode ser feita em crianças acima de 6 meses de idade. A vacina quadrivalente é indicada para maiores de 3 anos. Todas as crianças abaixo de nove anos de idade, que estejam tomando a vacina para Influenza A H1N1 pela primeira vez, devem receber duas doses com um mês de intervalo.
Quem não pode tomar a vacina contra H1N1?
Pessoas com doença febril aguda, com doença neurológica em atividade ou aquelas com antecedentes de alergia intensa a componentes do ovo, ao timerosal (Merthiolate®) e à neomicina. 
 
Quem está grávida pode tomar vacina contra H1N1?
Sim. Segundo a orientação do Ministério da Saúde, publicada em nota técnica, que descreve a estratégia de vacinação contra o vírus Influenza A (H1N1), as gestantes, por constituírem um grupo de alto risco para complicações graves, devem ser vacinadas. Antes, procure o seu obstetra. Lactantes também podem tomar.


Fonte:
http://mdemulher.abril.com.br/saude

Suas alergias dependem da estação do ano em que você nasceu

alergia


Não há nada provado sobre pessoas com signo Aquário serem inovadoras, ou taurinos insistirem quando não devem, mas a ciência está provando que a data do seu aniversário pode sim afetar você. De acordo com um novo estudo da Universidade de Southampton, na Inglaterra, a estação do ano do seu nascimento está intimamente ligada às suas alergias.
 O estudo segue parte do princípio da epigenética - corrente da medicina que prega que fatores externos ao nosso corpo conseguem fazer com que alguns de nossos genes sejam ativados ou desativados. De acordo com a pesquisa dos Ingleses, a estação do ano que você nasceu deixa uma marca em seus genes, e essa característica pode deixar você mais suscetível a alergias e doenças respiratórias. Quem nasce durante o inverno ou outono, por exemplo, é o mais vulnerável a viver espirrando do que os nascidos nas outras estações.
Os ingleses dizem que diversos fatores podem ser responsáveis por essa ativação genética. "As causas incluem a variação de luz solar (que pode afetar os níveis de vitamina D), quantidade de alergênicos como poles e ácaros (que varia de acordo com a estação), o tempo até a primeira infecção peitoral (resfriados são mais comuns no inverno) e a dieta maternal (preço e disponibilidade de frutas e vegetais variam por época) ", afirma Gabrielle A Lockett, coautora do estudo.
A relação entre doenças e a estação do ano já foi traçada por outros estudos também. No ano passado, a Universidade de Oxford afirmou que o mês de seu nascimento está intimamente ligado às chances de você desenvolver doenças cardíacas; e em 2010 pesquisadores australianos traçaram um paralelo entre os aniversários e a tendência à esquizofrenia.

Fonte:
http://super.abril.com.br/ciencia

Como proteger bebês e crianças da gripe H1N1

Bebê recebendo vacina


O surto de H1N1 chegou mais cedo este ano. Esperado para maio, junho e julho, os números registrados até agora já superam os de 2015.
H1N1 é um subtipo do ​​vírus influenza A e resultou da combinação de segmentos genéticos do vírus da gripe aviária, do vírus da gripe suína e do vírus humano da gripe. Segundo a pediatra, especialista pela Sociedade Brasileira de Pedriatria, Denise Lellis, "o contágio se dá pelo contato com microgotículas de se secreções respiratórias, partículas de saliva, tosse ou espirro de pessoas contaminadas". Também é possível que a transmissão aconteça por meio de superfícies contaminadas - como objetos de uso pessoal, talheres, toalhas etc.

Como evitar que as crianças peguem H1N1?


O papel dos pais

"As crianças têm um sistema imunológico em desenvolvimento. Isso significa que eles têm menos defesas. Por exemplo, quanto maior a criança é, menor o numero de infecções por ano", explica a médica. Exatamente por este motivo, os pequenos figuram o grupo de risco de contágio.
Para evitar a doença, alguns cuidados são necessários. A especialista alerta que, primeiro de tudo, é importante não entrar em pânico e encarar o problema com uma gravidade correspondente - sem excessos. "A ansiedade dos pais pode afetar as crianças e elas já lidam com muitas outras atribuições", argumenta.
Partindo desta ideia, é interessante começar pela vacinação. Ela pode ser feita em crianças acima de 6 meses de idade. A vacina quadrivalente é indicada para maiores de 3 anos. Todas as crianças abaixo de nove anos de idade, que estejam tomando a vacina para Influenza A H1N1 pela primeira vez, devem receber duas doses com um mês de intervalo.
"A vacina trivalente compreende duas cepas do vírus Influenza A e uma cepa do vírus Influenza B. A tetravalente contempla duas cepas de Influenza A e duas de Influenza B. A cepa para H1N1 está presente nas duas vacinas", informa o manual elaboradado pelo Hospital Insraelita Albert Einstein, de São Paulo.
Segundo Denise, há um grande equívoco quando o assunto é se vacinar e devemos prestar atenção nele. "Em 2009, soubemos do H1N1, um tipo de Influenza A. De repente, por uma série de motivos e até pela falta de informações, as pessoas pararam de aderir à vacinação, o que é um grande erro", comenta. Por outro lado, segundo ela, quem se vacinou no ano passado não precisa se desesperar, mas deve tomar novamente.
Vacina aplicada, é hora de ter uma conversa em casa. Explicar à criança os malefícios de estar doente e como ela pode se proteger fora de casa são pautas essenciais. Se for mais independente, de acordo com a idade, diga para evitar conversar muito perto dos amiguinhos e não compartilhar garrafas, talheres e lanches.
O papel das escolas
Já para as escolas e creches, cabe a função de administrar o problema. "O papel do colégio, mais do que informar, porque isso vem tardiamente, é recusar a entrada desta criança com os sintomas da doença e orientar os pais a mantê-la em casa. Expor, minimamente, ao ambiente coletivo já é um risco. Entendo que é difícil impedir que a família, cheia de compromissos e preocupações, deixe o filho, mas é importante. Além disso, esse pequeno precisa descansar", finaliza Denise Lellis.

Fonte:
http://mdemulher.abril.com.br/saude