Aproximadamente 13 milhões de brasileiros sofrem de
diabetes, cujo dia mundial é lembrado nesta sexta-feira. Até sábado, médicos de
todo o mundo estarão reunidos no 1º Congresso Regional de Diabetes do Rio
de Janeiro, no Royal Tulip, em São Conrado, para debater os avanços e as
últimas novidades relacionadas ao tratamento da doença. Entre os destaques,
estão uma insulina de longa duração, hipoglicemiantes orais que auxiliam na
perda de peso e um creme que ajuda na cicatrização de feridas em diabéticos.
Segundo a endocrinologista Anna Gabriela Fuks, a
nova insulina, recém-chegada ao mercado brasileiro, tem maior durabilidade e
ação contínua. Assim, o paciente pode fazer apenas uma aplicação por dia, com
total flexibilidade de horários, com riscos comprovadamente mais baixos de ter
uma hipoglicemia (queda de glicose no sangue). Até então, as insulinas tinham
duração menor, o que obrigava várias aplicações diárias em horários rigorosos.
Já o hipoglicemiante (medicamento que baixa a
glicose no sangue) apresentado no congresso é o primeiro com ação renal. A
droga induz a excreção de açúcar pela urina e ainda ajuda na perda de peso.
Outros hipoglicemiantes aumentam a
tendência ao ganho de peso, o que é ruim, já que a obesidade está associada ao
diabetes — diz Anna Gabriela , presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes
do Rio, que promove o congresso.
Outra novidade é um creme à base de
insulina que acelera a cicatrização em diabéticos. O produto desenvolvido na
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) já foi negociado para ser produzido
para o mercado. A dificuldade de cicatrizar expõe o diabético a infecções e
amputações.
O creme deve ser aplicado sobre a ferida, uma
vez ao dia. O diabético passa a cicatrizar como uma pessoa normal — explica o endocrinologista
Mario Saad, professor e pesquisador da Unicamp.
O QUE É A DIABETES?
Diabetes Mellitus é uma doença do metabolismo da glicose causada pela falta ou má absorção de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e cuja função é quebrar as moléculas de glicose para transformá-las em energia a fim de que seja aproveitada por todas as células. A ausência total ou parcial desse hormônio interfere não só na queima do açúcar como na sua transformação em outras substâncias (proteínas, músculos e gordura).
Na verdade, não se trata de uma doença única, mas de um conjunto de
doenças com uma característica em comum: aumento da concentração de glicose no
sangue provocado por duas diferentes situações:
a) Diabetes tipo I – o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina. A instalação da doença ocorre mais na infância e adolescência e é insulinodependente, isto é, exige a aplicação de injeções diárias de insulina;
b) Diabetes tipo II – as células são resistentes à ação da insulina. A incidência da doença que pode não ser insulinodependente, em geral, acomete as pessoas depois dos 40 anos de idade;
c) Diabetes gestacional – ocorre durante a gravidez e, na maior parte dos casos, é provocado pelo aumento excessivo de peso da mãe;